Texto Áureo: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef 5.15)
Referência Bíblica: Ef 5.15-21
A carta aos Efésios é frequentemente conhecida como uma das quatro “cartas do cativeiro”, haja vista ter sido escrita pelo apóstolo Paulo durante o seu aprisionamento domiciliar na cidade de Roma (At 28.30), onde também compilou as demais “epistolas da prisão”, que são: Filipenses, Colossenses e Filemom; e, na qual, ambas foram exaradas aproximadamente nos anos 60 d.C. Essa carta é considerada uma obra magnífica que, ao lado da missiva aos Romanos, se projeta como o ápice das revelações bíblicas nos escritos paulinos. No entanto, ela não fora escrita em resposta a nenhuma circunstância específica, seja de ordem doutrinária, seja de ordem prática, que tivesse dado motivo a essa epístola pela necessidade de ser tratado, fato que ocorre na maioria das outras cartas paulinas - as quais foram escritas para tratar de assuntos específicos e situações reais -, conforme podemos inferir das próprias epístolas.
Sob muitos aspectos, a carta aos Efésios constitui-se um compêndio que reúne as grandes doutrinas da fé cristã que, por assim dizer, encontramos também nas outras cartas paulinas. Todavia, enquanto que naquelas cartas essas doutrinas são tratadas na medida em que ajudam a dirimir os problemas específicos com que o apóstolo se defronta na vida das igrejas às quais ele escreve, nesta, elas são desenvolvidas de modo a servirem de subsídio para expor o grande tema de toda a epístola: o propósito de Deus em Cristo para Sua Igreja. Podemos ver isto de maneira inteligível nos capítulos 1 a 3, que formam a primeira parte da carta, a qual dá ênfase à posição em que Cristo colocou a Igreja. Entrementes, na segunda parte da carta, que são os capítulos 4 a 6, ensinam quais devem ser as consequências práticas para a vida e as relações humanas, desse propósito divino.
Em Roma, apesar de estar cativo por causa de seu ministério (Ef 3.1; 4.1; 6.20), Paulo pregava a um cortejo constante de visitantes que passavam pela sua prisão (cf. At 28.30), e com isso provou de antemão que ele estava preso, “mas a palavra de Deus não está presa” (2 Tm 2.9b). Dentre os que visitavam a Paulo para lhe consolar e ouvir os seus sermões, encontrava-se Tíquico, o fiel ministro do Senhor (Cl 4.7), que numa de suas visitas ao apóstolo recebera a incumbência de levar a missiva à cidade na qual Paulo labutou por três anos durante sua terceira viagem missionária (Ef 6.21; cf. At 20.31). Ora, percebamos que, nessa carta levada por Tíquico aos Efésios, Paulo está ávido de que os cristãos evidenciem diante de nossos semelhantes uma praticidade de vida que coadune com a posição em que Cristo nos assentou (Ef 2.6). Sendo assim, o apóstolo dos gentios – como era conhecido (Gl 2.8) – propôs no mínimo cinco maneiras de como os servos de Deus devem andar, a saber: andar de modo digno de vocação (Ef 4.1); andar diferente dos gentios, isto é, diferente dos ímpios (Ef 4.17); andar em amor (Ef 5.2); andar como filhos da luz (Ef 5.8); e andar como sábios (Ef 5.15).
Com esta postagem desejo iniciar uma série de publicações acerca de como o cristão deve andar (gr. “peripateõ” - figurativamente, significa o círculo inteiro das atividades da vida individual, quer dos não regenerados, quer dos crentes), isto é, como deve ser o seu comportamento e conduta de vida perante à sociedade em geral. Desta feita, deixarei para um momento oportuno as outras postagens que a acompanha. A princípio, sem exaurir o assunto, quero lhes aduzir algumas ilações que foram elencadas por Paulo, a fim de que demonstremos sabedoria no andar. Ei-las:
1. “Remindo o tempo” (v.16). As pessoas sábias sabem tirar o melhor proveito possível de seu tempo, tanto para o serviço de Deus, quanto para as outras atividades em geral. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Remir o tempo também pode ser traduzido por aproveitar as oportunidades (1 Co 16.12). Tempo perdido não volta atrás. A vida do cristão deve ser ocupada com atividades produtivas, benéficas, para si e para a sua comunidade, não se esquecendo do tempo que devemos dar ao Senhor, que deve ser nossa primazia.
A razão pela qual devemos remir o tempo também nos é dada: “porque os dias são maus”. Os dias, além de serem maus, passam como conto ligeiro (Sl 90.9). O inimigo de nossas almas não dorme, agindo constantemente, semeando o mal entre toda a humanidade, algo que fica notório quando lemos os noticiários. Por isto, nós, cristãos, precisamos interpor essa atividade com trabalho dedicado a Deus, desinteressado e amoroso, que só se realizam com proficiência se dermos o devido tempo para tais. A bem da verdade é que, chegaremos a esse nível quando abdicarmos do tempo que damos às coisas efêmeras da vida e passarmos mais tempo envolvidos com as coisas espirituais e com os propósitos eternos, não apenas por um ativismo religioso fossilizado ou cumprimento da agenda de cultos nas igrejas locais, e sim, pela busca do aprimoramento de nosso caráter e de tudo que fazemos na obra de Deus.
2. “Não sejais insensatos” (v.17). Apesar da tradução Almeida Revista Corrigida (ARC) utilizar o verbo “ser” na segunda pessoa do plural do imperativo negativo (não sejais), no termo grego usa-se o verbo que significa estritamente “tornar”, dando a entender que os cristãos podem sair do estado de integridade e bom senso com que iniciaram a vida cristã. Todavia, Paulo recomendou que os cristãos não tornassem a serem insensatos (gr. “asophos” - uma palavra que sugere não tanto uma ausência básica de sabedoria, e sim, um embotamento da mente, levando à estupidez moral no agir). Em outras palavras, Paulo esposou que os membros do corpo de Cristo não devem viver segundo a sua própria vontade, que é insensatez. Mas que, rejeite-a procurando compreender a vontade do Senhor. Nada é mais importante do que descobrir a vontade de Deus em nossa vida diária. Isto é ser sensato! E, por ser sensato, Jesus orou: "Não se faça a minha vontade, mas a Tua vontade" (Lc 22.42). As pessoas sábias discernem a vontade de Deus e sabem que nEle pode ser achada a verdadeira sabedoria, e em nenhum outro lugar (Pv 9.10). O homem orienta a sua vida corretamente se o faz dentro da Palavra de Deus (Sl 119.9). Um bom conselho “para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2) é que, leveis à termo a súplica de Paulo na carta aos Romanos (Cf. Rm 12.1-2), e assim desfrutareis das benesses inerentes da obediência à vontade de Deus.
3. “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda” (v.18). A embriaguez é grande prova de insensatez e característica dos que vivem sem Deus no mundo. Nos cultos pagãos a bebida era parte importante, levando os cultuadores ao êxtase. Na igreja de Cristo não pode haver lugar para tais atitudes. “E não vos embriaguez com vinho” é uma proibição à qualquer tipo de embriaguez, com qualquer e todo tipo de bebida alcoólica. A bebida tem destruído milhares de vidas, desde os tempos de Noé (Gn 20.20-23).
As pesquisas da ciência moderna teem mostrado que até mesmo pequenas quantidades de alcoól, na corrente sanguínea, matam as células cerebrais. O vício do alcoolismo raramente resulta do desejo que os alcoólicos têm por sentir o gosto, o paladar da bebida. Eles andam atrás de muito mais que isso. Querem ocultar-se de si mesmo, livrando-se de suas perturbações, ou eximem-se de suas responsabilidades. Rejeito qualquer tipo de bebida, em qualquer quantidade, pois creio que esta é uma das coisas que não convém ao salvo, mesmo em pequenas quantidades. Pois, ao olhar os embriagados na sarjeta, e as famílias em dissoluções sem o sustento por causa do marido que pôs tudo à gastar na bebida, sei que não é para o servo de Deus a bebida, em nenhuma quantidade. Nós, cristãos, como sábios, somos capazes de discernir a vontade de Deus quanto a isto.
4. “Enchei-vos do Espírito” (v.18). O crente deve se abster do vinho, mas se encher do Espírito. O verbo traduzido por “enchei-vos” traz no sentido original quatro lições importantes: é um imperativo - pois se trata de uma ordem; está no plural - portanto, aplica-se ao corpo de Cristo coletivamente; está na voz passiva – o que significa que a ação de estarmos cheios do Espírito é atribuição dEle, porém é necessário que deixemos que Ele nos encha; está no tempo presente contínuo – ou seja, transmite a ideia de uma ação contínua. Por isso, pode ser traduzido como “Deixai-vos encher continuamente do Espírito”. Ademais, uma vida cheia do Espírito não precisa de vinho, e nem lugar para o mesmo existe. Uma pessoa bêbada está sob a influência da mesma, e o cheio do Espírito fica completamente à mercê de Deus. Não há maior segredo para a santidade do que ser repleto daquele cuja própria natureza e nome são santos.
5. “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (v.21). Para ser cheio do Espírito é preciso ter um espírito humilde a ponto de sujeitar-se amorosamente aos demais irmãos. Podemos definir que a submissão é a prova máxima de humildade (1 Pe 5.5). Porém, os perigos do individualismo numa comunidade cristã são grandes (1 Co 14.26-33). Mas, para podermos nos considerar sábios, andar como tal, precisamos passar por mais esse crivo: submissão aos irmãos, em amor (Fp 2.1). Muitas vezes entendemos errado este texto. Ele não nos fala que não possam haver na Igreja opiniões conflitantes, mas sim que essas opiniões nunca podem levar à perda da comunhão espiritual com nossos irmãos. Infelizmente, vemos em alguns lugares que o orgulho da posição e o espírito autoritário, os quais são destrutivos para a comunhão, estão latentes na vida de muitos irmãos e líderes religiosos, que não aceitam opiniões que vão de encontro com as suas convicções. E valendo-se de suas posições, dizem que, os que dão opiniões contrarias às suas convicções estão contra a obra de Deus, são rebeldes, inimigos do Reino de Deus etc. Pensamento que está totalmente equivocado. Deve haver o desejo, dentro da comunidade cristã, de servir, aprender e de ser corrigido por qualquer pessoa sem levar-se em conta a idade, sexo, classe social ou qualquer outra distinção. Mas, na verdade, nem sempre isso é possível, porque os homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido sempre resistem ao Espírito Santo (At 7.51). Entretanto, “como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7,8). Contudo, quando não houver jeito de convencer, devo me humilhar e aceitar a opinião contrária, desde que a mesma não fira os propósitos cristãos de santidade e consagração. Deus nos fez diferentes, mas temos que ter unidade na diversidade. Nós não temos sempre a última palavra...
Conclusão
Decerto que, tais condutas, mediante a graça de Deus, são exequivéis no nosso dia a dia, e se assim procedermos, alcançaremos o lastro de que necessitamos para termos uma vida cristã saudável e equilibrada. Então, caminhemos, pois, em conformidade com a palavra de Deus e viveremos como sábios.
Referência Bíblica: Ef 5.15-21
A carta aos Efésios é frequentemente conhecida como uma das quatro “cartas do cativeiro”, haja vista ter sido escrita pelo apóstolo Paulo durante o seu aprisionamento domiciliar na cidade de Roma (At 28.30), onde também compilou as demais “epistolas da prisão”, que são: Filipenses, Colossenses e Filemom; e, na qual, ambas foram exaradas aproximadamente nos anos 60 d.C. Essa carta é considerada uma obra magnífica que, ao lado da missiva aos Romanos, se projeta como o ápice das revelações bíblicas nos escritos paulinos. No entanto, ela não fora escrita em resposta a nenhuma circunstância específica, seja de ordem doutrinária, seja de ordem prática, que tivesse dado motivo a essa epístola pela necessidade de ser tratado, fato que ocorre na maioria das outras cartas paulinas - as quais foram escritas para tratar de assuntos específicos e situações reais -, conforme podemos inferir das próprias epístolas.
Sob muitos aspectos, a carta aos Efésios constitui-se um compêndio que reúne as grandes doutrinas da fé cristã que, por assim dizer, encontramos também nas outras cartas paulinas. Todavia, enquanto que naquelas cartas essas doutrinas são tratadas na medida em que ajudam a dirimir os problemas específicos com que o apóstolo se defronta na vida das igrejas às quais ele escreve, nesta, elas são desenvolvidas de modo a servirem de subsídio para expor o grande tema de toda a epístola: o propósito de Deus em Cristo para Sua Igreja. Podemos ver isto de maneira inteligível nos capítulos 1 a 3, que formam a primeira parte da carta, a qual dá ênfase à posição em que Cristo colocou a Igreja. Entrementes, na segunda parte da carta, que são os capítulos 4 a 6, ensinam quais devem ser as consequências práticas para a vida e as relações humanas, desse propósito divino.
Em Roma, apesar de estar cativo por causa de seu ministério (Ef 3.1; 4.1; 6.20), Paulo pregava a um cortejo constante de visitantes que passavam pela sua prisão (cf. At 28.30), e com isso provou de antemão que ele estava preso, “mas a palavra de Deus não está presa” (2 Tm 2.9b). Dentre os que visitavam a Paulo para lhe consolar e ouvir os seus sermões, encontrava-se Tíquico, o fiel ministro do Senhor (Cl 4.7), que numa de suas visitas ao apóstolo recebera a incumbência de levar a missiva à cidade na qual Paulo labutou por três anos durante sua terceira viagem missionária (Ef 6.21; cf. At 20.31). Ora, percebamos que, nessa carta levada por Tíquico aos Efésios, Paulo está ávido de que os cristãos evidenciem diante de nossos semelhantes uma praticidade de vida que coadune com a posição em que Cristo nos assentou (Ef 2.6). Sendo assim, o apóstolo dos gentios – como era conhecido (Gl 2.8) – propôs no mínimo cinco maneiras de como os servos de Deus devem andar, a saber: andar de modo digno de vocação (Ef 4.1); andar diferente dos gentios, isto é, diferente dos ímpios (Ef 4.17); andar em amor (Ef 5.2); andar como filhos da luz (Ef 5.8); e andar como sábios (Ef 5.15).
Com esta postagem desejo iniciar uma série de publicações acerca de como o cristão deve andar (gr. “peripateõ” - figurativamente, significa o círculo inteiro das atividades da vida individual, quer dos não regenerados, quer dos crentes), isto é, como deve ser o seu comportamento e conduta de vida perante à sociedade em geral. Desta feita, deixarei para um momento oportuno as outras postagens que a acompanha. A princípio, sem exaurir o assunto, quero lhes aduzir algumas ilações que foram elencadas por Paulo, a fim de que demonstremos sabedoria no andar. Ei-las:
1. “Remindo o tempo” (v.16). As pessoas sábias sabem tirar o melhor proveito possível de seu tempo, tanto para o serviço de Deus, quanto para as outras atividades em geral. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Remir o tempo também pode ser traduzido por aproveitar as oportunidades (1 Co 16.12). Tempo perdido não volta atrás. A vida do cristão deve ser ocupada com atividades produtivas, benéficas, para si e para a sua comunidade, não se esquecendo do tempo que devemos dar ao Senhor, que deve ser nossa primazia.
A razão pela qual devemos remir o tempo também nos é dada: “porque os dias são maus”. Os dias, além de serem maus, passam como conto ligeiro (Sl 90.9). O inimigo de nossas almas não dorme, agindo constantemente, semeando o mal entre toda a humanidade, algo que fica notório quando lemos os noticiários. Por isto, nós, cristãos, precisamos interpor essa atividade com trabalho dedicado a Deus, desinteressado e amoroso, que só se realizam com proficiência se dermos o devido tempo para tais. A bem da verdade é que, chegaremos a esse nível quando abdicarmos do tempo que damos às coisas efêmeras da vida e passarmos mais tempo envolvidos com as coisas espirituais e com os propósitos eternos, não apenas por um ativismo religioso fossilizado ou cumprimento da agenda de cultos nas igrejas locais, e sim, pela busca do aprimoramento de nosso caráter e de tudo que fazemos na obra de Deus.
2. “Não sejais insensatos” (v.17). Apesar da tradução Almeida Revista Corrigida (ARC) utilizar o verbo “ser” na segunda pessoa do plural do imperativo negativo (não sejais), no termo grego usa-se o verbo que significa estritamente “tornar”, dando a entender que os cristãos podem sair do estado de integridade e bom senso com que iniciaram a vida cristã. Todavia, Paulo recomendou que os cristãos não tornassem a serem insensatos (gr. “asophos” - uma palavra que sugere não tanto uma ausência básica de sabedoria, e sim, um embotamento da mente, levando à estupidez moral no agir). Em outras palavras, Paulo esposou que os membros do corpo de Cristo não devem viver segundo a sua própria vontade, que é insensatez. Mas que, rejeite-a procurando compreender a vontade do Senhor. Nada é mais importante do que descobrir a vontade de Deus em nossa vida diária. Isto é ser sensato! E, por ser sensato, Jesus orou: "Não se faça a minha vontade, mas a Tua vontade" (Lc 22.42). As pessoas sábias discernem a vontade de Deus e sabem que nEle pode ser achada a verdadeira sabedoria, e em nenhum outro lugar (Pv 9.10). O homem orienta a sua vida corretamente se o faz dentro da Palavra de Deus (Sl 119.9). Um bom conselho “para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2) é que, leveis à termo a súplica de Paulo na carta aos Romanos (Cf. Rm 12.1-2), e assim desfrutareis das benesses inerentes da obediência à vontade de Deus.
3. “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda” (v.18). A embriaguez é grande prova de insensatez e característica dos que vivem sem Deus no mundo. Nos cultos pagãos a bebida era parte importante, levando os cultuadores ao êxtase. Na igreja de Cristo não pode haver lugar para tais atitudes. “E não vos embriaguez com vinho” é uma proibição à qualquer tipo de embriaguez, com qualquer e todo tipo de bebida alcoólica. A bebida tem destruído milhares de vidas, desde os tempos de Noé (Gn 20.20-23).
As pesquisas da ciência moderna teem mostrado que até mesmo pequenas quantidades de alcoól, na corrente sanguínea, matam as células cerebrais. O vício do alcoolismo raramente resulta do desejo que os alcoólicos têm por sentir o gosto, o paladar da bebida. Eles andam atrás de muito mais que isso. Querem ocultar-se de si mesmo, livrando-se de suas perturbações, ou eximem-se de suas responsabilidades. Rejeito qualquer tipo de bebida, em qualquer quantidade, pois creio que esta é uma das coisas que não convém ao salvo, mesmo em pequenas quantidades. Pois, ao olhar os embriagados na sarjeta, e as famílias em dissoluções sem o sustento por causa do marido que pôs tudo à gastar na bebida, sei que não é para o servo de Deus a bebida, em nenhuma quantidade. Nós, cristãos, como sábios, somos capazes de discernir a vontade de Deus quanto a isto.
4. “Enchei-vos do Espírito” (v.18). O crente deve se abster do vinho, mas se encher do Espírito. O verbo traduzido por “enchei-vos” traz no sentido original quatro lições importantes: é um imperativo - pois se trata de uma ordem; está no plural - portanto, aplica-se ao corpo de Cristo coletivamente; está na voz passiva – o que significa que a ação de estarmos cheios do Espírito é atribuição dEle, porém é necessário que deixemos que Ele nos encha; está no tempo presente contínuo – ou seja, transmite a ideia de uma ação contínua. Por isso, pode ser traduzido como “Deixai-vos encher continuamente do Espírito”. Ademais, uma vida cheia do Espírito não precisa de vinho, e nem lugar para o mesmo existe. Uma pessoa bêbada está sob a influência da mesma, e o cheio do Espírito fica completamente à mercê de Deus. Não há maior segredo para a santidade do que ser repleto daquele cuja própria natureza e nome são santos.
5. “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus” (v.21). Para ser cheio do Espírito é preciso ter um espírito humilde a ponto de sujeitar-se amorosamente aos demais irmãos. Podemos definir que a submissão é a prova máxima de humildade (1 Pe 5.5). Porém, os perigos do individualismo numa comunidade cristã são grandes (1 Co 14.26-33). Mas, para podermos nos considerar sábios, andar como tal, precisamos passar por mais esse crivo: submissão aos irmãos, em amor (Fp 2.1). Muitas vezes entendemos errado este texto. Ele não nos fala que não possam haver na Igreja opiniões conflitantes, mas sim que essas opiniões nunca podem levar à perda da comunhão espiritual com nossos irmãos. Infelizmente, vemos em alguns lugares que o orgulho da posição e o espírito autoritário, os quais são destrutivos para a comunhão, estão latentes na vida de muitos irmãos e líderes religiosos, que não aceitam opiniões que vão de encontro com as suas convicções. E valendo-se de suas posições, dizem que, os que dão opiniões contrarias às suas convicções estão contra a obra de Deus, são rebeldes, inimigos do Reino de Deus etc. Pensamento que está totalmente equivocado. Deve haver o desejo, dentro da comunidade cristã, de servir, aprender e de ser corrigido por qualquer pessoa sem levar-se em conta a idade, sexo, classe social ou qualquer outra distinção. Mas, na verdade, nem sempre isso é possível, porque os homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido sempre resistem ao Espírito Santo (At 7.51). Entretanto, “como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3.7,8). Contudo, quando não houver jeito de convencer, devo me humilhar e aceitar a opinião contrária, desde que a mesma não fira os propósitos cristãos de santidade e consagração. Deus nos fez diferentes, mas temos que ter unidade na diversidade. Nós não temos sempre a última palavra...
Conclusão
Decerto que, tais condutas, mediante a graça de Deus, são exequivéis no nosso dia a dia, e se assim procedermos, alcançaremos o lastro de que necessitamos para termos uma vida cristã saudável e equilibrada. Então, caminhemos, pois, em conformidade com a palavra de Deus e viveremos como sábios.
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