terça-feira, 13 de julho de 2010

A GRAÇA DE DEUS TRANSFORMA TRAGÉDIAS EM TRIUNFOS [FINAL]


Transformando tragédias em triunfos segundo as atitudes de Noemi e suas noras



1. Retornar o caminho outrora percorrido, a fim de corrigir os erros (Rt 1.7). Após ter recebido uma força motriz advinda da parte do Senhor no momento em que ouviu o que Ele fazia na sua terra, Noemi levantou-se, e juntamente com ela, suas noras, pelo que, saiu dos campos de Moabe (Rt 1.6,7) - lugar onde estivera por quase um decênio (Rt 1.4) -, e caminhou para voltar à terra de Judá.



A atitude de Noemi ensina-nos que, precisamos retornar pelo caminho que outrora percorremos quando estávamos sendo guiados pelas nossas vontades. Isso nos dá a entender que, devemos voltar e consertar os erros que foram cometidos nas decisões e atitudes que outrora tomamos, pois somente desta maneira podemos desfrutar as benesses que a graça de Deus nos concede. Se desejarmos que Deus restaure alguma área da nossa vida, que fora prejudicada por causa do nosso comportamento, faz-se necessário empreender esta atitude. Em outras palavras, a ação de retornar pelo caminho outrora percorrido é reconhecermos nossos erros, não impingi-los em outras pessoas, abandoná-los e confessarmos nossas faltas não somente a Deus, mas também ao nosso próximo (Tg 5.16).



O cristão deve pedir perdão às pessoas com quem erra na caminhada, independente do cargo eclesiástico que ocupa. Aliás, obreiros (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres ou doutores) também erram. Mas, há alguns que dizem que nunca erram e sempre transfere os seus erros para outros, pressionando o ofendido a pedir perdão publicamente para que ele (o ofensor) seja sempre inocente e vítima de maus tratos e insultos.



Precisamos pedir perdão sempre que for necessário, como também devemos ir pedir perdão a quem tem alguma coisa contra nós, senão o nosso culto a Deus passa a ser sem sentido (Mt 5.23-24) e da mesma maneira devemos perdoar quem nos ofendeu (Mt 5.44-45; 18.21,22; Ef 4.32), seja pai, mãe, filho, esposo (a), pastor, irmão em Cristo, ou todo e quaisquer ser humano.



A bem da verdade, muitos não querem retornar o caminho porque (1) causa dor; porém, essa dor gera arrependimento, nos cura e aperfeiçoa o nosso caráter (2 Co 7.10); (2) leva-nos a passar por humilhações diante de Deus e diante dos homens; e, (3) leva tempo para recuperarmos a credibilidade que um adquirimos. Por esta razão, de um modo geral, os homens preferem continuar no erro em vez de retornar pelo caminho que percorreu. Aprendamos com Noemi a refazer o caminho; com o proverbista e com o apóstolo João a confessar e abandonar nossas transgressões (Pv 28.13; 1 Jo 1.9); com o profeta das lágrimas, isto é, Jeremias, à se humilhar na presença de Deus para que Ele transforme as tragédias (Lm 5.21); com Davi à assumirmos que pecamos (Sl 51.4); e, com o conselho de Jesus, à lembrarmos onde caímos, e arrependermos, e voltarmos à pratica das primeiras obras (Ap 2.5a).



2. Perseverança ante as contrariedades da vida (Rt 1.16,17). A perseverança é uma virtude que se adquire nos momentos de tribulação (Rm 5.3). Aliás, todos nós passamos por tribulações, mas nem todos são perseverantes durante a mesma. Uns, desistem no meio do caminho, devido às diversas contrariedades que surgem a cada passo que é dado em direção ao centro da vontade de Deus. Outros, voltam para o local do qual o Senhor já havia lhe tirado, encerrando dessa maneira sua História de Vida. Decerto, para os que retrocedem tudo se acaba, mas para aqueles que prosseguem para o alvo sempre haverá um escape, ainda que quão grande seja a sua labuta. Saibamos que, Deus não tem prazer naqueles que retrocedem (Hb 10.38).



Por falar em retrocesso, a vida de Orfa, nora de Noemi, é um retrato que permanece vívido e atual na História, o qual comunica uma mensagem nítida da sua reação quando sua sogra disse a ela e também para Rute as dificuldades que iriam ter de vivenciar, caso desejassem seguir adiante. Noemi falou que não tinha mais filhos para lhes dar (Rt 1.11), isto é, relatou que não tinha o que elas precisavam de imediato para garantir suas subsistências; disse também, que, já era muito velha para ter marido (Rt 1.12a), ou seja, sua perspectiva para solucionar imediatamente o problema era nula; continuou dizendo, que, ainda que tivesse marido, ou ainda que tivesse filhos, teriam de esperá-los até ser grandes e se guardarem para ele sem tomar marido (Rt 1.12b, 13).



Com essa questão que fora proposta por Noemi, suas noras, Rute e Orfa, se quisessem ter suas vidas restauradas deveriam proceder da seguinte maneira: saber esperar um bom tempo; renunciar a si mesma e recusar qualquer proposta de casamento, para aguardar o filho que supostamente viria do ventre de Noemi.



Ora, de fato, quando não temos os meios necessários para sanar nossas intempéries, quando as esperanças e as perspectivas de mudanças são remotas, quando temos de esperar o tempo para recebermos aquilo que tanto queríamos, além disso, ainda termos de renunciar a si mesmo e coisas que nos agradam, realmente, pensamos em parar, ou retroceder, como fez Orfa. Mas, ainda que tudo conspire contra uma possível restauração, nós - que andamos por fé e não por vista (2 Co 5.8) –, devemos ir avante, crendo que Deus proverá. Aliás, porque não parou no meio da caminhada nem retrocedeu, mas, antes, persistiu em continuar labutando pela sua restauração ao lado daquela que aparentemente não tinha nada para lhe oferecer, Rute pode experimentar o que jamais aqueles que desistem experimentam, a saber: coisas além daquilo que pedimos ou pensamos (Ef 3.20).



3. Estabelecer-se no centro da vontade de Deus (Rt 1.19). Depois de uma longa caminhada, Noemi e Rute, chegaram a Belém de Judá, local que deveriam sempre estar, pois ali era a vontade de Deus para Noemi e para todos os que o acompanhavam. A partir de então, começava uma nova vida para elas. E quem vive uma nova vida, que hoje só é obtida por meio de Cristo (2 Co 5.17), deve manifestar um comportamento que coadune com os padrões estabelecidos por Deus na sua palavra, os quais são totalmente antagônicos ao sistema proposto por esta geração perversa (At 2.40), a qual está sob a tutela do príncipe deste mundo (Jo 14.30).



A vida cristã, para que seja saudável, deve estar estabelecida na vontade do Senhor. Mas, estabelecer-se na Sua vontade não é tão simplório. Isso requer de nós que apresentemo-nos a Deus em sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1), pois sem tais qualificações torna-se impossível aproximar-se de Deus, prestar serviço (culto) a Ele e receber dEle a revelação da Sua vontade. É necessário também, que sejamos transformados pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18), que tenhamos o nosso entendimento renovado, e que não aceitemos o sistema de vida que o presente século tenta impor sobre nós (Rm 12.2).



Viver na vontade de Deus contraria a nós mesmos e a muitos que querem propor os ditames que devemos seguir. Na maioria das vezes significa perder coisas que gostamos. Por exemplo, determinadas amizades que alimentam mais as nossas fraquezas do que as nossas virtudes e nos influenciam mais do que as influenciamos; deixar de ir a certos lugares por causa dos compromissos com o Reino de Deus; deixar de assistir algumas programações televisivas, principalmente os canais abertos, que contribui para a deturpação do caráter do telespectador, e que faz apologia a toda sorte de práticas pecaminosas, que em nada edificam o cristão etc.



Certamente, não há triunfo para aqueles que querem fazer a sua própria vontade, e sim tragédias. No entanto, aqueles que procuram viver em Cristo e na Sua vontade, sairão da tragédia para o triunfo.



4. Ter o Redentor na vida (Rt 2.1). As tragédias que ocorreram na vida de Noemi e de Rute só foram transformadas em triunfo porque elas encontraram o Remidor (Rt 2.20), cujo nome era Boaz (significa “força” ou “nele há força”), o qual foi capaz de suscitar gratuitamente o nome dos falecidos Elimeleque, Malom e Quiliom (Rt 4.9,10), e retirar Rute e Noemi do caos em que viviam, dando-lhe de volta a oportunidade de construir uma História, que culminaria no nascimento do Redentor por excelência (Mt 1.5). “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, à remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1.7). Através dEle recebemos o Espírito de Deus, o qual testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” [...] (Rm 8.17).



Se tivermos o Remidor, se vivermos nEle e por Ele, não há tragédias que Ele não possa transformar em triunfo, pois em Suas mãos está o poder de transformar o pranto em folguedo (Sl 30.11), tal como, a tristeza em alegria.



Conclusão. Vimos que o homem quando está fora do propósito de Deus, fora da Sua vontade proporciona inúmeras tragédias, mas quando este abandona as práticas ilícitas, refazendo o caminho, perseverando em obedecer a Deus e a sua palavra, estabelecendo-se no centro da Sua vontade, bem como, deixando que Cristo, o Remidor, governe a sua vida. Com certeza, não haverá barreiras que O impeça de transformar as nossas vidas e nossas causas em triunfo para a glória de Deus Pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário